domingo, 12 de outubro de 2008

Uma leve brisa

- Bom, eu, dobrava as imagens como os olhos de um paciente do manicomio enxergam as
estrelas... maquinava o agora e o depois como um filme a ser rodado... Mas então, o que você me perguntou mesmo?
- Viiiixi! Sabe que também esqueci...
Risos aleatórios imprimiram o quarto circular de Rafaeli. Fazia um frio parecido com aquele dia em que você viu neve pela primeira vez, sabe?
Acho que você deve se lembrar... A neve caíra risonha e leve no asfalto duro da rua; O ar
congelante agarrava-se aos seus ossos com uma força impressionante, lembra?
Pois então, estava assim aquele dia.
Os dois amigos embriagavam-se com suas garrafas e histórias delirantes que apenas a licergia pode fazer para você.
Não que eles estavam licérgicos ou coisa assim, apenas fora de si... O que aconteceu foi que Rafaeli começou a ter alguns flashs de sua vida futura. Tudo passava como cenas capturadas de um rolo de filme, quadro a quadro passadas na sua mente. Viu cada uma das alternativas que tinha no momento e mediu os futuros como que numa visão do além, de Buda ou de qualquer outra coisa que você queira ter... Apenas o teve. Viajou por entre públicos e pessoas, festas e reuniões de famílias, palcos e mesas. Esse tempo todo enxergando as possibilidades das suas alternativas.
Depois de muito pensar, mas muito pensar mesmo, chegou à conclusão que não tinha razão em esquecer as pequenas coisas da vida e do coração.

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